terça-feira, 13 de agosto de 2013


A crise da saúde no Brasil se choca totalmente coma crise existencial na qual passa o ser humano.
Hospitais sucateados, desvio de verbas para a saúde, ambulâncias novas apodrecendo em pátios, burocracia epidêmica, sãos apenas a ponta do iceberg. Há um degeneração total do ser humano neste período, que se reflete quando se precisa de outro ser humano para socorrer ou prestar ajuda, ou apoio necessário para qual este profissional deveria ter sido treinado, estritamente por vocação pessoal sua. A frieza está quando cito: '' se precisa de outro ser humano'' .

Nos tempos atuais a ''evolução'' humana, tecnológica, formou seres altamente individualizados e independentes. Nos bancos das faculdades de medicina se aprende que existe um problema, e para qual todo o problema existe uma pesquisa e uma solução. Isso vai se refletir mais tarde nas consultas dadas pelos jovens médicos em ambulatórios assistenciais, onde o paciente vai relatar seu problema, e em questão de menos de cinco minutos cronometrados o médico ouvirá o relato, e sem demostrar qualquer outro comportamento humano, sem olhar para o paciente, apenas para a ponta da caneta que desencadeará por meio do fruto das ''pesquisas'' uma receita para o que está acontecendo.

Não há relacionamento entre médico e paciente, não existe mais uma profunda vontade de realmente de se preocupar com aquele ser humano que está do outro lado da mesa. As vezes uma boa conversa demostra que as consequências de alguns sintomas são frutos de determinadas carências humanas e que podem ser tratadas sem a ajuda do receituário médico, basta uma boa conversa mais afundo com o paciente, um sorriso e uma boa vontade de ouvir. Um aconselhamento sobre os hábitos saudáveis de saúde, fazendo o paciente a refletir sobre a mudança de atitudes que o prejudicam e as consequências devastadoras se suas posições não mudarem, em relação a tudo a sua volta. Mas para isso tem que haver envolvimento, fruto de um relacionamento formado entre médico e paciente, da forma mais sincera e cordial possível. Faço vistas aos médicos pois são a base da estrutura da saúde mas eles estão cheios de colaboradores que realmente contribuem para um degradante estado vegetativo que se encontra a saúde em nossos dias. Digo pois sem generalizar pois ainda existe bom profissionais, mas estes não estão conseguindo se destacar em relação aos exemplos negativos que viram notícias nos momentos atuais.

Podemos dizer sem pestanejar, que infelizmente há um grande aumento de maus profissionais no mercado. O termômetro do amor ao próximo para mim é visto dentro de um hospital. Quando chegamos ao ponto de olhar para o sofrimento alheio com indiferença, não possuímos nesta condição dentro de nós mesmos um coração, pode ser intitulado ou chamado de qualquer coisa, pedra pau, mas coração não, pois a frieza dos fatos tomou conta da situação. Certo dia fiquei sabendo que em um lugar do Rio uma senhora entrou com problemas cardíacos e os familiares não souberam mais notícias da senhora, até que a insatisfação tomou conta e então decidiram invadir o hospital a procura de informações sobre o paradeiro da senhora, para triste notícia souberam então da forma mais errada, que a mesma tinha falecido sem seus familiares terem nenhuma acesso a notícia do acontecido.

Nesta situação e nos demais hospitais não só os médicos, mas todos os componentes da ação perderam os valores mais dignos de se cultuar entre as pessoas tal como o amor, o afeto e o desejo profundo de ajudar, tais ingredientes indispensáveis nestes profissionais que lidam com a dor e o sofrimento alheio. Só para se ter uma ideia o SAMU (Serviço Móvel de Urgência) é um dos piores serviços de evacuação médica que possuímos no Brasil. Os índices de evacuação e porcentagem de salvamentos é um dos piores da América Latina, se queres testar fique doente e chame o SAMU e espere sentado, deitado ou desista, eles vão demorar o tempo suficiente para você morrer. E se chegarem até onde você está serás atendido com a mesma indiferença que cito acima, vi isto com meus próprios olhos, quando tive que chamar este atendimento para uma senhora que morava em um apartamento de frente para o meu. A senhora passou mal e logo ligamos, demoraram ''anos'' para chegar, e quando chegaram o principal atendimento foi a indiferença, lembro que tive que discutir com os caras para eles fazerem apenas a sua obrigação de removerem a senhora, alegaram não poder levar a maca até ao apartamento por causa das escadas. Coitada, levaram ela depois de muita insistência em um lençol, parecia um saco de lixo na qual foi a maneira que a levaram, sem nenhum sentimento que poderia caracterizar-se como humano. Talvez um animal tivesse mais sorte. Por consequência obvia, depois de tanto desprezo, acabou falecendo dois dias depois por sepse. Sabe lá o que passou no hospital até ser atendida, o fato é que virou a triste estatística do mau atendimento, fruto da frieza com que o ser humano é tratado no Brasil.

A reforma da saúde deve ser atacada dentro do ser humano que se disponibiliza a estudar ou tem vocação para trabalhar e ajudar os outros seres humanos como o caso da saúde. É isso que chamo a atenção, de que adianta hospitais modernos, aparelhos de alta tecnologia, vagas para todos, equipamentos de última geração se o potencial humano está degenerado? Os que deveriam cuidar com delicadeza da vida são os que mais agem com frieza falta de afeto e amor ao próximo contribuindo para um quadro de falência das pessoas nos hospitais. As condições de trabalho claro que contribuem mas isso não é tudo e nem a justificativa para tantas atrocidades, noticiadas documentadas e relatadas em vídeo áudio e tudo mais. É o ser humano que está doente neste século, físico, emocionalmente e espiritualmente. Perdeu-se os valores e a vontade de se ajudar um ao outro, é cada um por si, tipo meus interesses primeiro o resto é apenas o resto. A reforma da saúde deve acontecer na triagem, e busca de profissionais comprometidos com os mais saudáveis e imprescindíveis valores tais quais o principal é o amor.
Isso deveria ser matéria de avaliação e eliminação para o indivíduo ganhar seu canudo de médico, a maneira como seu relacionamento contribui para a evolução crescente do paciente. Tanto o médico como os outros coadjuvantes envolvidos, assistentes sociais, enfermeiros, funcionários ou seja todos os envolvidos de forma direta ou indireta na melhora dos pacientes. Enfim uma coisa é certa, se a reforma for apenas material, teremos apenas uma maquiagem nova, sobre um problema endêmico que afeta o mundo global: O Egocentrismo Humano e a frieza das relações humanas, fruto de uma sociedade de informação, baseada no individualismo e na busca incessante em satisfazer os desejos individuais, sem olhar para quem estiver ao seu lado.



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