A crise da saúde no
Brasil se choca totalmente coma crise existencial na qual passa o
ser humano.
Hospitais sucateados,
desvio de verbas para a saúde, ambulâncias novas apodrecendo em
pátios, burocracia epidêmica, sãos apenas a ponta do iceberg. Há
um degeneração total do ser humano neste período, que se reflete
quando se precisa de outro ser humano para socorrer ou prestar ajuda,
ou apoio necessário para qual este profissional deveria ter sido
treinado, estritamente por vocação pessoal sua. A frieza está
quando cito: '' se precisa de outro ser humano'' .
Nos tempos atuais
a ''evolução'' humana, tecnológica, formou seres altamente
individualizados e independentes. Nos bancos das faculdades de
medicina se aprende que existe um problema, e para qual todo o
problema existe uma pesquisa e uma solução. Isso vai se refletir
mais tarde nas consultas dadas pelos jovens médicos em ambulatórios
assistenciais, onde o paciente vai relatar seu problema, e em
questão de menos de cinco minutos cronometrados o médico ouvirá o
relato, e sem demostrar qualquer outro comportamento humano, sem
olhar para o paciente, apenas para a ponta da caneta que desencadeará
por meio do fruto das ''pesquisas'' uma receita para o que está
acontecendo.
Não há
relacionamento entre médico e paciente, não existe mais uma
profunda vontade de realmente de se preocupar com aquele ser humano
que está do outro lado da mesa. As vezes uma boa conversa demostra
que as consequências de alguns sintomas são frutos de determinadas
carências humanas e que podem ser tratadas sem a ajuda do
receituário médico, basta uma boa conversa mais afundo com o
paciente, um sorriso e uma boa vontade de ouvir. Um aconselhamento
sobre os hábitos saudáveis de saúde, fazendo o paciente a refletir
sobre a mudança de atitudes que o prejudicam e as consequências
devastadoras se suas posições não mudarem, em relação a tudo a
sua volta. Mas para isso tem que haver envolvimento, fruto de um
relacionamento formado entre médico e paciente, da forma mais
sincera e cordial possível. Faço vistas aos médicos pois são a
base da estrutura da saúde mas eles estão cheios de colaboradores
que realmente contribuem para um degradante estado vegetativo que se
encontra a saúde em nossos dias. Digo pois sem generalizar pois
ainda existe bom profissionais, mas estes não estão conseguindo se
destacar em relação aos exemplos negativos que viram notícias nos
momentos atuais.
Podemos dizer
sem pestanejar, que infelizmente há um grande aumento de maus
profissionais no mercado. O termômetro do amor ao próximo para mim
é visto dentro de um hospital. Quando chegamos ao ponto de olhar
para o sofrimento alheio com indiferença, não possuímos nesta
condição dentro de nós mesmos um coração, pode ser intitulado ou
chamado de qualquer coisa, pedra pau, mas coração não, pois a
frieza dos fatos tomou conta da situação. Certo dia fiquei sabendo
que em um lugar do Rio uma senhora entrou com problemas cardíacos e
os familiares não souberam mais notícias da senhora, até que a
insatisfação tomou conta e então decidiram invadir o hospital a
procura de informações sobre o paradeiro da senhora, para triste
notícia souberam então da forma mais errada, que a mesma tinha
falecido sem seus familiares terem nenhuma acesso a notícia do
acontecido.
Nesta situação
e nos demais hospitais não só os médicos, mas todos os componentes
da ação perderam os valores mais dignos de se cultuar entre as
pessoas tal como o amor, o afeto e o desejo profundo de ajudar, tais
ingredientes indispensáveis nestes profissionais que lidam com a dor
e o sofrimento alheio. Só para se ter uma ideia o SAMU (Serviço
Móvel de Urgência) é um dos piores serviços de evacuação médica
que possuímos no Brasil. Os índices de evacuação e porcentagem de
salvamentos é um dos piores da América Latina, se queres testar
fique doente e chame o SAMU e espere sentado, deitado ou desista,
eles vão demorar o tempo suficiente para você morrer. E se chegarem
até onde você está serás atendido com a mesma indiferença que
cito acima, vi isto com meus próprios olhos, quando tive que chamar
este atendimento para uma senhora que morava em um apartamento de
frente para o meu. A senhora passou mal e logo ligamos, demoraram
''anos'' para chegar, e quando chegaram o principal atendimento foi a
indiferença, lembro que tive que discutir com os caras para eles
fazerem apenas a sua obrigação de removerem a senhora, alegaram não
poder levar a maca até ao apartamento por causa das escadas.
Coitada, levaram ela depois de muita insistência em um lençol,
parecia um saco de lixo na qual foi a maneira que a levaram, sem
nenhum sentimento que poderia caracterizar-se como humano. Talvez um
animal tivesse mais sorte. Por consequência obvia, depois de tanto
desprezo, acabou falecendo dois dias depois por sepse. Sabe lá o que
passou no hospital até ser atendida, o fato é que virou a triste
estatística do mau atendimento, fruto da frieza com que o ser humano
é tratado no Brasil.
A reforma da saúde
deve ser atacada dentro do ser humano que se disponibiliza a estudar
ou tem vocação para trabalhar e ajudar os outros seres humanos como
o caso da saúde. É isso que chamo a atenção, de que adianta
hospitais modernos, aparelhos de alta tecnologia, vagas para todos,
equipamentos de última geração se o potencial humano está
degenerado? Os que deveriam cuidar com delicadeza da vida são os que
mais agem com frieza falta de afeto e amor ao próximo contribuindo
para um quadro de falência das pessoas nos hospitais. As condições
de trabalho claro que contribuem mas isso não é tudo e nem a
justificativa para tantas atrocidades, noticiadas documentadas e
relatadas em vídeo áudio e tudo mais. É o ser humano que está
doente neste século, físico, emocionalmente e espiritualmente.
Perdeu-se os valores e a vontade de se ajudar um ao outro, é cada um
por si, tipo meus interesses primeiro o resto é apenas o resto. A
reforma da saúde deve acontecer na triagem, e busca de profissionais
comprometidos com os mais saudáveis e imprescindíveis valores tais
quais o principal é o amor.
Isso deveria ser
matéria de avaliação e eliminação para o indivíduo ganhar seu
canudo de médico, a maneira como seu relacionamento contribui para a
evolução crescente do paciente. Tanto o médico como os outros
coadjuvantes envolvidos, assistentes sociais, enfermeiros,
funcionários ou seja todos os envolvidos de forma direta ou indireta
na melhora dos pacientes. Enfim uma coisa é certa, se a reforma for
apenas material, teremos apenas uma maquiagem nova, sobre um problema
endêmico que afeta o mundo global: O Egocentrismo Humano e a frieza
das relações humanas, fruto de uma sociedade de informação,
baseada no individualismo e na busca incessante em satisfazer os
desejos individuais, sem olhar para quem estiver ao seu lado.
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